Estatueta masculina, mutilada dos braços: o direito, pelo ombro, o esquerdo, a meio do braço, e a perna esquerda partida, um pouco acima do tornozelo. A peça representa um homem nu, que alguns autores consideram ser um jovem negro, em virtude do nariz achatado, cabelos calamistrados e dos lábios relativamente grossos. O tronco está contorcido à esquerda e inclinado para a frente; os ombros repuxados para trás, provocando a saliência muito marcada do tórax e das ancas. Os braços estariam abertos e flectidos, conectados com o ritmo excêntrico da figura. Apresenta a particularidade de ter a perna direita fora do eixo vertical de equilibrío do corpo, com o joelho fletido, permitindo ao calcanhar tocar a nádega do mesmo lado, como se estivesse em posição de dança rítmica. A musculatura é pouco acentuada, magra e rija. Sulcos inguinais pronunciados e falo desenvolvido e pendente. Na região lombar e na linha média do tronco possui um pequeno orifício infundibuliforme provavelmente utilizado para inserir um suporte de fixação ou algum apêndice. O phallus ereto, a expressão lasciva do rosto e a própria atitude rodopiante, orgiástica, desta figura desnuda apontam, claramente, para a sua inserção no ciclo báquico, ou dionisíaco, conforme propuseram Leite de Vasconcelos e Alves Pereira.